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Presidiário reforça equipe do Tiradentes no Estadual

Os limites do campo vão muito além das medidas oficiais para o volante Alder Luis Penha de Almeida, 30 anos. E representam bem mais do que a possibilidade de se destacar como jogador de futebol.

Longe dos gramados há dois anos e dois meses, desde que foi preso em Balneário Camboriú, o atleta sul-mato-grossense reencontrou a bola através da coragem da direção do Tiradentes, de Tijucas, que apostou no seu futebol. Graças a um benefício judicial, pedido pelo clube, Alder Luis pôde ser contratado para integrar o elenco profissional do Tiradentes, embora tenha que dormir todos os dias no presídio local.

É assim que ele se prepara, desde dezembro, para disputar o Catarinense. O jogador, que também vem sendo aproveitado como zagueiro pelo técnico Joceli dos Santos, estava negociando a contratação com o Marcílio Dias, de Itajaí, quando foi preso por tráfico, em Balneário Camboriú.

Alder Luis conta que não teve culpa e que acabou sendo envolvido ao ajudar um parente que morava na cidade. Com a condenação de seis anos de reclusão, achou que tinha chegado ao fim sua carreira de jogador profissional. O jogador sofreu com a transferência do presídio de Balneário Camboriú para o de Tijucas, há um ano e três meses.

A mulher Gislaine, e o filho Lucas, de 10 anos, que hoje também joga futebol na escolinha de base do Tiradentes, moravam em Balneário Camboriú e, com a mudança, as visitas ficaram mais raras, deixando o ex-atleta "pra baixo". Mas não por muito tempo. Ele nem imaginava que a transferência seria a responsável pelo seu retorno ao futebol, embora restem ainda quatro anos de pena para serem cumpridos.

– Parece que estou realizando um sonho – admite.

O administrador do presídio, Edson José de Souza, também tesoureiro do Tiradentes, descobriu que Alder era um atleta profissional ao ver a sua carteira de trabalho. Imediatamente, pensou na possibilidade de promover a desejada ressocialização do presidiário.

Neste período, o jogador já tinha sido promovido a cozinheiro do presídio e apresentava um comportamento exemplar, segundo o administrador.

– Falei com os diretores do clube, que aprovaram a idéia dele fazer um teste no clube e, depois, com o juiz. Tudo isso antes de falar com o Alder para não criar uma falsa expectativa – conta Souza.

Depois dos testes, onde foi aprovado pelo técnico, iniciou-se uma batalha para que ele pudesse se afastar do presídio e acompanhar os treinos, jogos e, inclusive, viajar com a equipe.

– Ter um presidiário no nosso elenco não assusta, pelo contrário, nos enche de orgulho. Toda a diretoria se empenhou nisso e o atleta tem demonstrado, com seu esforço e pela pessoa espetacular que é, que merece nosso apoio – diz o supervisor de futebol, Jair Boettner, oficialmente responsável por Alder Luis quando o atleta está fora do presídio.

LIZIANE RODRIGUES / DIÁRIO CATARINENSE
 
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